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sábado, 30 de janeiro de 2010

AINDA O PROBLEMA DA MAGREZA

Revista Pássaros Nro 32


Apesar do avanço das fórmulas dos remédios, ainda persiste este problema crônico nos nossos aviários. Após uma pesquisa, feita durante dois anos, num plantel de 1000 canários, 80 % das mortes tinham como causa a magreza. Observando estas mortes ao longo dos meses do ano, constatamos que, durante o período da troca de pena (janeiro começo de abril), há um aumento considerável dessas mortes devido a maior umidade e, conseqüentemente o aparecimento de fungos na comida.
Analisando empiricamente, podemos observar que basicamente, estes problema tinham como fator principal alimentação deteriorada, mofada ou estragada.
Aparecendo o problema no canaril fizemos o seguinte experimento: -dividimos o plantel em partes, onde cada uma delas recebia um tipo de alimentação, daí observou-se que:
1-A parte que recebia farinhada com determinado tipo de semente, por exemplo níger, não houve mortes, nem apresentou doenças.
2-A parte que recebia farinhada com nabo, houveram, dois adoecimentos com uma morte.
3-A parte que recebia farinhada com colza, não houveram adoecimentos nem mortes.
Portanto, foi-se observado que apesar da semente apresentar um bom aspecto, com o nabão surtiu algum tipo de problema. Para comprovar isso, invertemos a alimentação do plantel dividido e, constatamos novamente que, a parte que recebeu nabão apresentou problemas. Obs: foi testado 30K de cada ração da mesma embalagem.
O leitor deve ter estranhado a não utilização do alpiste, semente que não utilizo há três anos, sem qualquer tipo de problema na formação e desenvolvimento dos filhotes. E por que? Um saco de alpiste utilizado em época de criação, durante uma semana, provocou a morte de 27 canários adultos e 80% da filhotada dos ninhos e, a comprovação de que o problema era o alpiste, foi que a compra de outro saco de alpiste e feita a troca cessaram as mortes a houve a recuperação dos filhotes nos ninhos, comprovado-se o fato.
Daí concluir-se que, o fator principal deste problema seria a alimentação; é óbvio que problemas de diarréia ocorrem, porque muitos micro organismos fazem parte da flora intestinal do pássaro e, a alimentação estragada induz a um desequilíbrio causando diarréia e desidratação, o erro principal é tratar-se o sintoma a não a causa que seria a alimentação.
A compra de sementes deve ser feita com rigor, colza, níger, nabo devem ter aparência de nova a cheiro agradável, sem impurezas, esbranquiçamentos, mofos, etc. Por este motivo, já abandonei o alpiste, pois estes problemas são imperceptíveis, devido a sua aparência brilhante, mesmo estando estragado e mofado.
Intrigado com estas mortes comecei a realizar experimentos com vários tipos de farinhadas e sementes, na tentativa de eliminar o problema. Testes foram feitos com farinhadas prontas; sem resultado devido a falta de controle dos componentes utilizados. Algumas farinhadas caseiras também foram testados, e as sementes compradas com extremo rigor, sendo rejeitadas em caso de qualquer dúvida.
Assim, com um novo método de alimentação, observamos que o problema praticamente desapareceu do plantel. Este método consiste numa farinhada que contém as sementes, lavadas e esterilizadas (não se coloca sementes secas nas gaiolas), ao final do dia joga-se fora o que restou. Esta mistura possui 50 % de farinhada normal e 50 % de sementes variadas. Essa variação das sementes é muito importante.
Exemplo:
50% sementes secas – 10% linhaça, 20% colza, 20% nabão, 20% aveia, 30% níger.
100% total de 50% de sementes.
50% de farinhada normal com ovos.
Essas sementes podem ser lavadas e secas, e colocadas no microondas por 5 minutos ou cozidas na água até que levante fervura. Esta lavagem e aquecimento, praticamente elimina tudo que poderá induzir a uma diarréia com desidratação. Obs. No microondas deve-se observar a quantidade de sementes, 3K de sementes = 5 minutos de cozimento. Quantidades menores deverão ser adequadas para menos tempo, e assim sucessivamente, desde que o tempo utilizado seja suficiente para esterilização do alimento.
CONVENIÊNCIAS DO MÉTODO -Elimina-se o tempo de alimentação
-Elimina-se o trabalho de soprar e limpar sementes.
-Diminuem as mortes.
-Aumentam a robustez dos pássaros.
-Diminui a sujeira com cascas de sementes.
-Recuperação dos pássaros magros.
Sementes novas e limpas diariamente.
INCOVENIÊNCIAS -A farinhada deve ser servida até no máximo as 8 horas da manhã.
-conferir se todas as gaiolas receberam a farinhada, pois o esquecimento de qualquer gaiola deixada o pássaro sem comida o dia todo.
Na primeira semana, os pássaros pela manhã, antes da alimentação parecem embolados, mas assim que começar a engordar este problema desaparece pois ocorre uma adaptação ao novo esquema de alimentação. Poderá ser observado que os pássaros quando pegos no avoador seguram com firmeza na sua mão, comprovando-se robustez adquirida (mas deve-se tomar precauções com pássaros nestas condições, pois se escapar voará tão longe que será praticamente impossível recupera-los.
Esse problema poderá ser melhor observado em grandes criadores, por comprarem sementes de lotes diferentes, pois o pequeno criador compra um saco de semente que será utilizado durante toda a criação (o que determinará, praticamente, com sorte ou não, uma boa safra de canários).
É lógico que mortes continua a acontecer por motivos diversos (acidentes, problemas de coração, epilepsia, susto, velhice, etc).
Estes experimentos realizaram-se durante a troca de penas, mas espero que venham a se confirmar durante a criação refletido em um bom resultado.
NOTA: Ambientes escuros, mal ventilados, muito quentes, super povoados, sujos devido a falta de higiene ou falta de água, são outros fatores que poderiam desencadear stress a desequilíbrios no organismo com imprevisíveis conseqüências.
Um saco de alpiste utilizado em época de criação, durante uma semana, provocou a morte de 27 canários adultos e 80% da filhotada dos ninhos e, a comprovação de que o problema era o alpiste, foi que a compra de outro saco de alpiste e feita a troca cessaram as mortes e houve a recuperação dos filhotes nos ninhos, comprovando-se o fato.

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Ágata Topázio