Seguidores

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A categoria nos canários de cor

Revista da S.O.S. – 2006


Chamamos em canaricultura de "categoria" a expressăo dos lipocromos (cor de fundo) de acordo com a sua disposiçăo nas penas.
Os canários tęm como particularidade, a capacidade de depositar os lipocromos de forma diferente na superfície das penas, tendo esta característica conseqüęncias diversas de acordo com cada caso.
Nos casos dos pássaros em que o lipocromo é depositado até a borda das penas, eles săo chamados de "intensos".
Os canários chamados de "nevados", depositam lipocromo na quase totalidade das penas, deixando apenas uma "banda" na borda das penas de cor branca (sem pigmentos) que confere um visual de fina escamaçăo no fundo amarelo ou vermelho. Esse visual levemente escamado de branco, como se uma leve camada de neve tivesse caído nas suas costas, deu o nome a estes exemplares.
Existem finalmente os canários chamados de "mosaicos" que depositam lipocromo numa fina banda das penas, sendo o resto da área das mesmas isenta de cor de fundo, portanto branca. Estes exemplares tęm como característica, uma proporçăo diferente de lipocromo e borda branca das penas, dependendo da regiăo onde essas penas se encontram. Assim, no dorso, peito e flancos, as penas apresentam pouca expressăo de lipocromo e muito branco. Já nos ombros, uropígio e na face dos machos, as penas apresentam maior quantidade de lipocromo e pouca ou nenhuma borda branca.
Nos canários de fundo branco ou branco dominante, devido ŕs penas năo apresentarem lipocromo, năo existe a classificaçăo de intensos, nevados ou mosaicos, embora geneticamente esses exemplares pertençam a uma das categorias acima descritas.
O julgamento
A avaliaçăo da categoria dos canários de cor varia dependendo se eles forem lipocrômicos (linha clara) ou melânicos (linha escura) como segue:
Lipocrômicos: máximo 19 pontos Melânicos: máximo 9 pontos
Desprende-se desses valores a conclusăo obvia de que o nível de exigęncia de qualidade nos pássaros de linha escura será muito maior do que nos canários melânicos. A categoria tem, portanto, maior importância nos canários lipocrômicos do que nos melânicos.
O contraste é um elemento fundamental na avaliaçăo tanto dos nevados como dos mosaicos. Busca-se o branco o mais puro possível nos nevados e mosaicos, de forma que constituam um belo contraste com a cor de fundo.
Além da maior "tolerância" no que refere a qualidade da categoria nos exemplares melânicos, em muitos casos, a visualizaçăo da categoria fica comprometida pela própria presença das melaninas. Sabido é que as feomelaninas se depositam preferencialmente na borda das penas dificultando assim a nítida visualizaçăo da "banda" branca dos nevados. Resulta, portanto muito difícil de visualizar o nevadismo dos canários feos e canelas pastéis em funçăo da presença de feomelanina nesses pássaros.
Nos canários intensos, busca-se a distribuiçăo de lipocromo em toda a extensăo das penas, de tal forma que năo exista qualquer vestígio de branco nas bordas das mesmas. A presença de escamaçăo nas bordas das penas dos canários intensos é chamada de "schimell" e deverá ser penalizada. Exemplares intensos filhos de mosaicos acostumam apresentar uma forte carga de schimell e até chegam a ser confundidos com canários nevados. Os intensos com forte presença de schimell, săo exemplares que mostram um "nevadismo" muito curto, porém muito mal distribuído, com forte concentraçăo no pescoço, cloaca, bochechas e em volta do bico. Esses exemplares deverăo ser desclassificados quando apresentados como nevados.
Nos canários nevados valoriza-se a presença de escamaçăo curta, bem distribuída e o mais branca possível em contraste com a cor de fundo. Um grande desafio para os criadores desta cor, é conseguir que o nevadismo seja bem curto, porém presente no peito e sem concentraçőes principalmente no pescoço.
Os canários mosaicos apresentam um desenho característico e bem diferenciado entre machos e fęmeas, razăo pela qual ambos os sexos săo julgados por separado. Os machos devem apresentar uma máscara ampla, bem delimitada, de cor intensa, enquanto as fęmeas apenas apresentam um traço de lipocromo na altura dos olhos. Do ponto de vista de seleçăo genética, esta diferenciaçăo nos leva a trabalharmos planteis diferentes para produzirem machos ou fęmeas de qualidade para os concursos. Será praticamente impossível, por exemplo, que o macho e a fęmea vermelhos mosaicos campeőes Brasileiros possam chegar a dar exemplares campeőes. O macho por ter uma máscara muito ampla, năo produzirá filhas fęmeas com apenas um traço de lipocromo na altura dos olhos. Já a fęmea campeă Brasileira, năo transmitirá uma máscara ampla e definida para os filhos machos.
Procura-se, portanto em matéria de acasalamentos e seleçăo genética, o cruzamento de canários intensos de excelente expressăo lipocrômica e descendentes de bons nevados, com canários nevados de características o mais perto do padrăo possíveis.
Quanto aos mosaicos, conforme acima explicado, aconselha-se trabalhar com linhas próprias para fazer machos (as fęmeas muito brancas, porém com bastante máscara) e linhas próprias para fazer fęmeas (os machos o mais branco possível, com muita intensidade de lipocromo no ombro e máscara o mais reduzida possível, porém bem intensa)
Aproveito para enviar um caloroso abraço aos amigos criadores da SOS, desejando muito sucesso nos concursos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Colabore Comentando!

Ágata Topázio