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segunda-feira, 20 de julho de 2009

A ARTE DE CRIAR LANCASHIRE


Revista UPCP 2005
I INTRODUÇĂO
Os canários Lancashires săo, na realidade uma raça reconstituída, a versăo antiga já era bem conhecida há mais de 200 anos na Inglaterra. A origem deste canário gigante nunca foi bem documentada, entretanto, acredita-se ter evoluído a partir de canários holandeses. A versăo original da raça extinguiu-se durante a Segunda Guerra Mundial. O que temos atualmente é zootecnicamente falando uma raça reconstituída, nesta reconstruçăo que terminou nos anos 50, foram usadas raças com pintas escuras e/ou melânicas, como por exemplo o Yorkshire e o Crested.
Atualmente os Lancashires possuem as seguintes cores de fundo: branco, amarelo intenso, nevado e melânicos (verdes), os primeiros podem portar pintas pretas. Uma das características desta raça é o topete em ferradura, que é um fator dominante. Este gigante pode atingir 23cm de comprimento.

II ALIMENTAÇĂO
Como para todos os canários a alimentaçăo básica săo os grăos, dentre estes destacam-se: alpiste, coisa, aveia, níger, nabăo, linhaça e perila. Geralmente as verduras prediletas săo couve e jiló. Na realidade os Lancashires aceitam uma grande variedade de verduras (brócolis, espinafre, almeirăo, folha de mostarda, repolho, agriăo e pepino). Com relaçăo ŕs frutas, aceitam-se frutas cítricas como laranja, tangerina e limăo (na água), consomem ainda com prazer maçă. Aceitam bem farinhadas de boa qualidade tanto umedecidas quanto secas. Năo se deve esquecer que um Lancashire tem o apetite compatível com o seu tamanho, năo o alimente como se fosse um canário de cor ou raça espanhola.
Deve-se tomar cuidado em năo oferecer alimentos que tenham caroteno natural especialmente cenoura e derivados de milho, pois estes produtos poderăo dourar demais os canários ou mesmo deixá-los com algumas penas avermelhadas. Obviamente, excluir qualquer alimento artificialmente
carotenado. Há controvérsia com relaçăo ao uso do ovo na alimentaçăo do canário. No presente caso, recomenda-se usar o ovo em metades com parcimônia, isto é, uma vez por semana, ou de quinze em quinze dias. Quando se trata da alimentaçăo de filhotes nidícolas pode-se aumentar esta freqüęncia, mas no máximo em dias alternados.

Ill REPRODUÇĂO
Os Lancashires se reproduzem facilmente em gaiolas (criadeiras), desde que sejam num tamanho adequado (65 x 33 x 27cm). Em funçăo do tamanho do pássaro, lembrar que o poleiro deve estar no mínimo a 17 cm da parte superior da gaiola. O ninho próprio deve ter 11,5 cm de diâmetro de boca.
Em funçăo do seu tamanho, o período de choca desta raça dura geralmente 14 dias, năo retira r ovos com menos de 16 dias. A grande maioria săo excelentes pais, mesmo quando se trata de ninhada com quatro pintainhos. A teoria de deixar somente dois filhotes no ninho, para ficarem bem desenvolvido, carece de fundamento. Quando uma canária năo choca bem ou năo cuida satisfatoriamente dos filhotes, o melhore dar os ovos para uma ama cuidar. Os filhotes devem ser preferencialmente anilhados aos sete dias, caso contrário há o risco dos anéis năo entrarem, lembre-se o crescimento é muito rápido. Após trinta a quarenta e cinco dias, os filhotes deverăo ir para uma voadeira ou viveiro.
Ao contrário da crença popular, os Lancashires reproduzem muito bem já no primeiro ano de vida.
Entretanto, no tocante a formaçăo dos pares deve-se tomar cuidado especial pela aceitaçăo mútua dos canários, isto pode poupar muito tempo.

IV CRUZAMENTOS CRUZAMENTOS E COMENTÁRIOS
Amarelo nevado x amarelo intenso
Amarelo nevado x branco
Topete x sem topete
Amarelo nevado x amarelo nevado
Amarelo intenso x amarelo intenso
Branco x branco
Amarelo intenso x branco
Sem topete x sem topete
Topete x topete
Pintado x sem pinta
Verde x sem pinta
Verde x pintado
Pintado x pintado
Sem pinta x sem pinta
Ideal: nevado e intenso
Ideal: branco e nevado
Ideal: Topete e sem topete (1)
Somente para aumentar o porte
Năo recomendado, da o intenso pena-dura
Cruzamento alternativo, só branco
Năo recomendado
Cruzamento alternativo
Năo recomendado: topete e sem topete (2)
Comum: com pinta e sem pinta
Comum: com pinta
Comum: verde e com pinta
Comum: verde, com pinta e sem pinta
Ideal: sem pinta (3)

1 O sem topete deve ser filho de topetudo, caso contrário, os com topete deste cruzamento terăo o topete imperfeito. Lancashire sem topete, filho de com topete, tem uma sobrancelha bem desenvolvida, principalmente nos machos.
2 Este cruzamento deve ser evitado, porque a homozigose dominante (dois genes para topete) é letal.Geneticamente parece haver outras implicaçőes deletéricas e de má formaçăo congęnita nos indivíduos oriundos deste cruzamento.
3 Um canário aparentemente sem pintas, mas que tenha partes do bico ou patas pretas, bem como subplumagem preta săo geneticamente considerados com pintas e năo sem pintas. Isto explica por que, ŕs vezes, do cruzamento de dois "sem pintas" dá produtos com pintas. É comum ver-se Lancashires com topete apresentando algumas penas escuras ou pretas, estes exemplares săo com pintas.
V CONCLUSĂO
Criar Lancashire é como criar qualquer outra raça de canários, a grande diferença resume-se no seu tamanho grande que requer alojamentos maiores e mais comida. Para criá-los năo é necessário grandes experięncias, apenas um cuidado especial na hora da formaçăo dos casais.
O Lancashire é um canário cativante pela sua elegância e seu tamanho (um canário realmente de porte), e ainda pelo seu canto mais espaçado, porém poderoso (bem alto). Pode-se até dizer que é um símbolo de status.
Infelizmente existe uma série de boatos sobre este canariăo, o gigante de Manchester, que năo tem respaldo científico ou prático. Entre outras dizem que só se reproduz após o segundo ano, que săo maus pais e ainda por cima, muito frágeis.

Canarios em geral

Boa tarde Amigos seguidores deste Blogger!
Me centirei agraciado se puder ajudalos e respondendo gualquer duvida em relação a criação de canarios, pois possuo milhares de artigos sobre criação de canarios, todos pesquisados da melhor forma, claro que muitos não criados por mim mas todos pesquisados e escolidos de fontes seguras de criadores com muita esperiencia.
Aguardo suas vizitas duvidas e perguntas!

Amas Secas

Quando, como e porque usar?

Sensibilidade e tecnologia. Estes são sem duvida os dois grandes ingredientes que levam um criador ao sucesso.
Considerando que a nossa atividade é uma arte, resulta extremamente importante aplicarmos todo o nosso conhecimento junto com uma sensibilidade, para na hora de escolhermos os nossos reprodutores e formarmos os casais, conseguirmos o maior proveito possível do material genético disponível, de tal forma que o produto final seja filhotes de excelente qualidade, a tal ponto de se destacarem na hora dos concursos.
Devemos aliar a nossa sensibilidade, um máximo de tecnologia, no manejo, instalações, alimentação, etc. de forma a que possamos obter também sucesso na produção e cuidado dos filhotes.
No campo tecnológico em todas as áreas da zootécnica ocorre avanços verdadeiramente expressivos no que a reprodução se refere. Uma descoberta por todos conhecida de extremo valor, é a inseminação artificial, que permite multiplicar incrivelmente a prole de certos exemplares machos de alto valor genético. Desta forma consegue-se multiplicar muito velozmente as qualidades de um exemplar excepcional. Nós criadores de pássaros ainda não dispomos de técnicas que permitam essa pratica, mas em várias espécies podemos utilizar a poligamia com os melhores machos, de forma a obtermos maior quantidade de filhotes dos melhores machos dos nossos planteis.
Uma descoberta mais recente mas não menos interessante, é a transferência embrionária, que consiste resumidamente em estimular a ovulação de fêmeas de alto padrão, fecundar esses ovos e transferir os embriões para "amas-secas" de inferior qualidade que terão como única tarefa de criar esses filhotes de alto padrão. Desta forma, multiplica-se de maneira significativa o número descendentes de fêmeas excepcionais.
Esta tecnologia representa uma ovulação impressionante na qualidade de planteis, chegando a resultados surpreendentes num período de tempo muito reduzido.
Existe na ornitologia um exemplo típico desta prática, que é a cria do Diamante de Gold, utilizando Manons como "amas-secas".
Em canaricultura, o uso de amas secas permite, da mesma forma, que a possamos obter maior número de ninhadas daquelas fêmeas que mais nos interessam, desde que se utilizem uma manejo adequado e cuidadoso.

COMO FAZER UM PLANTEL DE "AMAS-SECAS"

As "amas-secas" devem ser fêmeas de excelente desempenho como criadeiras, independentemente da sua beleza. Como isto é recomendável que formemos um verdadeiro plantel com as mesmas, no qual o único critério será o comportamento reprodutivo. Quando avaliamos o comportamento reprodutivo das amas-secas, não nos referimos unicamente ao fato de alimentarem bem os filhotes, mas também a ausência de qualquer desvio comportamental.
Desta forma serão eliminadas as fêmeas que rejeitem o anel, ou arranquem as penas dos filhotes, etc.

Em nosso canaril, iniciamos a experiência a três anos atrás, com cinco fêmeas sem raças definidas, filhas de um casal de excepcional qualidade reprodutora, que nos foram presenteados por um criador amigo. Logo no primeiro ano eles tiveram um desempenho formidável como criadeiras e das duas melhores, obtivemos filhotes para aumentar o número de amas-secas para o ano seguinte. Desta forma, temos sucessivamente aumentado o número de fêmeas sempre tirando filhotes das melhores "tratadeiras". Resulta extremamente importante quando tiramos filhotes de amas-secas, que utilizemos machos filhos de fêmeas excepcionais criadeiras, para passar para os filhos essas qualidades.

O MANEJO

Diferentes de outras espécies ( Diamante de Gold, por exemplo ), no caso específico da cria de canários, temos observado que certos cuidados devem ser tomados, principalmente no que se refere a evitar o desgaste das fêmeas cujos ovos são retirados para provocar uma nova postura.
Quando esta prática é aplicada com freqüência com a mesma fêmea, ela muitas vezes se mostra desgastada, diminuindo o número de ovos das posturas ou demorando muito para iniciar uma nova postura. Desta forma, quando retiramos os ovos de uma ninhada, deixamos que ela mesmo crie os filhotes da próxima, para retirar os ovos da seguinte e assim sucessivamente.
Desta forma, consideramos que um número excessivo de amas secas, seja contraproducente, diminuindo a produção em termos quantitativos.
Considerando um número razoável de amas secas pode oscilar o 10% do total das fêmeas utilizadas.
O manejo propriamente dito é muito simples. Controlamos a fertilidade das aves com 10 dias de choco, e transferimos os ovos cheios das fêmeas de maior interesse nesse mesmo dia, retirando o ninho para que ela "perca o choco", e recolhendo o mesmo, em dois dias, para reiniciar a postura.

OUTRAS VANTAGENS

Além da possibilidade de obtermos maior prole mais numerosa de melhores fêmeas do nosso plantel, consideramos que as amas secas, por serem relacionadas pela sua qualidade para tratar os filhotes, nos oferecem garantia de sucesso no desenvolvimento dos filhos das nossas melhores reprodutoras.
Por outro lado, também utilizando as "amas-secas" para testar a fertilidade dos machos do plantel que oferecem dúvidas. Assim, quando, um macho de qualidade não "enche ovos" numa ninhada, colocamos o mesmo com uma ama-seca para testar novamente a sua fertilidade, sem riscos. Quando o mesmo começa a fecundar ovos, ele é reintroduzido no plantel.
O tema é interessante, alguns aprovam esta pratica e outros não. Nós tentamos, aprovamos e esperamos ter contribuindo para que você tire suas próprias conclusões. Boa Sorte

Ágata Topázio