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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

ACASALAMENTO CONSANGUÍNEOS


Revista COPC-2001-V.Exposiçăo
Arquivo Editado em 17/07/2001

A utilizaçăo de consangüíneos é uma prática comumente utilizada na apuraçăo ou aperfeiçoamento de todos os animais, criados pelo homem. Normalmente os machos de qualidade excepcionais săo utilizados para e acasalamentos consangüíneos criar famílias onde se tem por objetivo incluir em todos os seus componentes as qualidades do citado reprodutor.

Com cavalos das diversas raças, gado vacum, porcos, mamíferos em geral e aves, tal prática foi intensamente utilizada pelos grandes criadores do passado mesmo sem conhecimentos de genética, que hoje já bastante desenvolvida torna fácil comprovar a eficięncia deste processo.

Em todos os centros ornitológicos tal prática é bastante difundida, mas no Brasil, năo sé se tira proveito destes acasalamentos como também evita-se por desconhecimento e até por preconceitos religiosos.

Em canaricultura no que se refere aos canários de porte tal prática só trará benefícios, mas os criadores ainda năo a aceitam, olhando apenas o lado deficiente do processo, esquecendo de que muitas vezes os acasalamentos entre pássaros năo consangüíneos resultam em completa desilusăo.

Quantos criadores, gastaram somas fabulosas adquirindo campeőes, acasalando-os e obtendo apenas filhotes medíocres?

O motivo principal a nosso ver, porém é simplesmente a ânsia de obter de primeira temporada, isto é, da maneira mais rápida possível, pássaros de qualidade, o que na maioria das vezes năo acontece.

A utilizaçăo dos acasalamentos consangüíneos requer além de conhecimentos, pacięncia e perseverança, mas os resultados após alguns anos compensam o tempo perdido, a proporcionarem aos verdadeiros amadores a satisfaçăo de ter criado uma família onde a totalidade dos componentes apresentam as características do Standard da raça.

Porque a vantagem de tais acasalamentos> A genética nos responde.

Hoje sabemos que cada espécie animal tem uma característica que é o número de cromossomos de suas células.

Nossos canários possuem 9 (nove) pares de cromossomos maiores (macrocromossomos) e um número indefinido de pares de microcromossomos. Cada um destes cromossomos possui genes que săo os responsáveis pela expressăo das características dos indivíduos, como acontece com os diversos genes que comandam as cores dos canários, hoje já bastante difundidos.

Por ocasiăo da divisăo celular que antecede a formaçăo dos gametas masculinos (espermatozóides) e feminino (óvulo) os pares cromossomos se separam e assim cada gameta, em uma explicaçăo simplificada, possui apenas a metade do número de cromossomos da célula original.

Assim sendo, cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomas do pai e outro da măe e assim no novo ser é restabelecido o número de cromossomos da espécie.

Neste novo ser, os pares de cromossomas săo reconstituídos e de acordo a predominância ou năo entre genes para uma mesma característica esta poderá se expressar ou năo.

A antiga e ainda usada expressăo “meio sangue” significa em termos reais que o indivíduo possui metade dos cromossomas, por exemplo de seu pai, um puro sangue e metade correspondente a herdada de sua măe sem as características da raça considerada.

Cada característica é comandada por um gen ou genes e, em um canário além dos genes que determinam a cor que apresentará o pássaro, outros há que determinam seu tamanho, a forma de sua cabeça, tamanho do bico, posicionamento da perna e um sem número de características que definem um pássaro de determinada raça ou cor.

É preciso esclarecer, porém, que a metade dos genes herdada de um reprodutor se refere ao número de cromossomos e que somente em indivíduos homozigotos para todas as características (caso pouco provável em canário de porte) todos os gametas serăo idęnticos. O que normalmente acontece é que os indivíduos năo săo homozigotos e nada impede que um pássaro excelente, possua em seu patrimônio genético, características deficientes recessivas que serăo transmitidas a seus descendentes.

Se acasalamos um pássaro excepcional a um de suas filhas de boas características, as chances de produzir pássaros semelhantes ao reprodutor original é muito maior do que se utilizar-mos uma fęmea năo relacionada com ele, pois sua filha possui em suas células metade dos cromossomos do seu pai, tornando mais fácil a reconstituiçăo do patrimônio genético original do reprodutor em alguns dos filhotes.

De modo idęntico que as características que definem a raça a saúde, robustez, fertilidade e outras podem ser manipuladas de modo a se conseguir melhorar ou manter tais funçőes.

Dentre os acasalamentos consangüíneos podemos distinguir dois processos: INBREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentes próximos por exemplo, pai x filha, măe x filho, meio-irmăo x meio-irmăo, avô x neta etc...

LINE-BREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentescos mais afastados.

IN BREED TO SUCESS.

Com este título o articulista de Cage and Aviary Birds, Brian Biles publica excelente artigo sobre o sucessoobtido pelo Dr A.R.Robertson, de Durban, África do Sul, na criaçăo de periquitos australianos.

Os comentários do articulista inglęs, fotografias dos pássaros e referęncias de outros criadores năo deixam dúvidas quanto a qualidade dos ondulados do Dr Robertson, considerados tăo bom ou até melhores que os melhores periquitos ingleses.

Utilizando como guia um pequeno livro INBREEDING BUDGERIGARDS, de autoria do Dr M.D.S. Armour, publicado após a 2a (segunda) Guerra Mundial e conhecimentos de genética que possuiu, desenvolveu seus programas e este ano recusou por um dos pássaros a soma de 1.000,00 (mil libras) preço considerado lá extraordinário.

Seus pássaros săo mantidos em famílias ou linhas e os acasalamentos feitos de acordo com as características visuais dos pássaros e seus pedigrees.

Seu plantel é todo relacionado e se levarmos em consideraçăo que de 1969 a 1979 foi proibida a importaçăo de psitacídeos na África, o grau de relacionamento é bastante aproximado.

Segundo i autor do artigo, dificilmente introduz pássaros năo relacionados no plantel e uqnado o faz é através de um macho, de boas características que no primeiro ano é acasalado com duas ou mais fęmeas.

No segundo ano utiliza o macho com duas ou tręs fęmeas de suas melhores filhas ao mesmo tempo que acasala vários pares de meio-irmăos. Destes acasalamentos já consegue 30% (trinta por cento) de pássaros de qualidade tăo boas ou superiores ao reprodutor inicial.

No terceiro ano os melhores filhotes do reprodutor săo acasalados aos melhores dos acasalamentos entre os meios irmăos e o reprodutor original a duas de suas melhores netas e a parcela do pássaro de qualidade ultrapassada já aos 50% (cinqüenta por cento).

Outro ponto importante do artigo é que a cada indivíduo excepcional que surge uma nova família é iniciada tendo este como fundador e o mesmo processo desenvolvido paralelamente.

Ŕ atuaçăo deste criador, como acontece com grande freqüęncia fora de nosso país, no que se refere ŕs aves, é um dos muitos que podem seer citados como exemplo dos acasalamentos consangüíneos para melhorar as características de uma variedade.

Os resultados năo săo imediatos. Mas observadas as regras e uma seleçăo apurada, em tręs ou quatro temporadas no máximo, o criador poderá tornar seu plantel homogęneo para as características do reprodutor inicial.

Os acasalamentos consangüíneos podem nos conduzir a resultados excelnetes desde que sejam feitos judiciosamente. Tentar utiliza-los com pássaros que possuem características indesejáveis é simplesmente perda de tempo

sábado, 4 de setembro de 2010

Peito Seco




A denominação técnica ou científica para peito-seco é caqueixia ou emaciação. Pois está relacionado a um estado de fraqueza, mal-estar, desgaste, perda de apetite, prostração, podendo evoluir até a morte quando não tratado imediatamente, que é extremamente comum nas aves.

Está relacionado com a falência e a diminuição da eficiência do sistema imunilógico.

Vale a pena ressaltar que o peito-seco não é uma doença e sim um sintoma de alguma doença já instalada, que leva a ave a ter essa síndrome.

Um característica evidente e que originou o nome da patologia, é a redução da musculatura peitoral com a exposição proeminente do externo ou quilha.

O peito-seco pode ter cárias etiologias ou seja causas, que podem variar desde um parasitismo, infecção fúngica, bacteriana ou virais, tumores, cocciodiose, problemas nutricionais, doenças metabológicas ou problemas de manejo como instalações inadequadas, falta de higiene e má qualidade da água que favoreçam a queda da imunidade da ave e possa instalar alguma doença e etc.

O peito-seco isntala-se por que ocorre uma injúria que leva a a ve a ter o seu consumo alimentar reduzido, consequentemente reduz o seu aproveitamento energético da alimentação, com isso o animal começa a repor as energias utilizando-se sua reservas de gordura (que no caso da ave é pouca) para suprir as necessidades, esgotando-se a gordura é utilizado o glicogênico e por fim a sua última reserva de energia que é o consumo das proteínas musculares, principalmente onde se encontra a maior parte que é da musculatura peitoral.
Além da visualização da quilha, outra característica que é encontrada é uma poliúria (excesso de urina) e poliuratos (excesso de uratos por degradação protéica), caracterizando a diarréia branca.
Para realizar o tratamento a primeira coisa a ser feita é identificar a causa mais rápida possívelda doença, uma vez que o peito-seco é instalado, é a fase terminal na vida de uma ave onde está utilizando sua ultima fonte de energia.
O sucesso do tratamento irá depender do estado geral da ave, da possibilidade de administração da medicação, diagnóstico preciso da doença e dedicação intensa do criador.



Notícia Postada em 09/08/2008

terça-feira, 10 de agosto de 2010

CUIDANDO DOS REPRODUTORES

CUIDANDO DOS REPRODUTORES
... E DOS PÁSSAROS DE CONCURSO
Antonio Celso Ramalho
Lendo o artigo “Manejo de Reprodutores – Novos Métodos” de autoria do companheiro Newton Martelotta, publicado no Boletim nro 9 da OBJO, achamos oportuno tecer maus alguns comentários sobre o confinamento de reprodutores em gaiolőes.
Estamos de pleno acordo que esse procedimento năo é ideal, mesmo que o número de pássaros seja compatível com o espaço livre da voadeira.
Na realidade a maioria dos criadores maneja incorretamente os reprodutores no estágio final da temporada de cria, direcionando a manipulaçăo aos filhotes obtidos. Assim, os canários adultos săo levados ŕs voadeiras sem quaisquer cuidados, exatamente quando estăo mais debilitados pelo estresse natural da estaçăo de cria e em início da muda de penas.
Todo criador mais atento já observou que, numa comunidade, alguns pássaros, graças as suas melhores condiçőes físicas e/ou pelo seu “temperamento”, passam a atacar constantemente outros, mais fracos ou “dóceis”, que além de traumatizados fisicamente năo conseguem alimentar-se adequadamente e, na maioria das vezes, acabam sucumbindo. Os pássaros com esse tipo de comportamento săo chamados pelos europeus de “dominadores” e “dominados”.
Esse fato é mais dramático entre os machos adultos, especialmente durante a fase final da muda de penas, quando alguns que já estăo mais adiantados e mais fortes, dominam os mais fracos na competiçăo pela alimentaçăo e espaços no gaiolăo. Inclusive, entre canários adultos, é comum observar-se que os machos dominados chegam mesmo a ser subjugados sexualmente e acabam desenvolvendo modificaçőes do comportamento sexual, tornando-se, freqüentemente, improdutivos quando acasalados.
Entre os filhotes também observa-se o comportamento dominador-dominado e, a simples intervençăo do criador, separando em tempo o pássaro dominado, propiciando-lhe tranqüilidade e alimentaçăo adequada, na maioria das vezes, constitui medida suficiente para a sua recuperaçăo.
A nossa experięncia como criador e expositor, tem mostrado que os filhotes individualizados precocemente, por traumatismos ou debilidade, acabam năo só se recuperando, mas também se destacando pelo seu desenvolvimento e qualidade de empenaçăo. Se o pássaro possuir entăo qualidades potenciais, esse procedimento evidenciará, sem dúvida alguma, todo o seu padrăo.
Sabemos entretanto que mesmo numa criaçăo de pequeno porte é praticamente inviável a individualizaçăo de todos os pássaros, principalmente por problemas de espaço. Assim, é difícil prescindir o uso de voadeiras, mas alguns cuidados precisam ser tomados, além daqueles assinalados pelo Martelotta.
Os pássaros adultos devem ser cuidadosamente examinados para avaliaçăo do seu estado geral, decidindo-se entăo a forma mais conveniente de aloja-los. Deve-se proceder a limpeza dos pés e o corte das unhas, pois temos observado que os problemas dos pés, provavelmente por causarem dor, deixam os pássaros estressados, indispondo-os para a alimentaçăo, resultando muitas vezes, na porta de entrada para a instalaçăo de diversas patologias com maior comprometimento ainda do seu estado físico. Nessa ocasiăo deve-se também realizar tratamento preventivo ou curativo dos problemas respiratórios e pulverizaçăo contra ácaros (e parasitários).
Os pássaros devem ser alojados de forma que os mais “fracos” năo permaneçam junto com os mais “fortes”,reservando-se a individualizaçăo para aqueles que inspirem maiores cuidados.
O uso de poleiros individuais evitam a bicagem o que, especialmente entre os mosaicos, é de fundamental importância e, se o número de indivíduos for adequado ŕ área da voadeira, os pássaros, além do espaço necessário para as suas atividades, conseguirăo manter-se tranqüilos, năo sendo constantemente importunados pelos seus vizinhos.
Os filhotes também podem ser alojados inicialmente em voadeiras, observando-se a idade e/ou o estado físico dos mesmos. No início da muda de penas devem ser transferidos para gaiolas de cria, procurando-se alojar no máximo quatro espécimes por gaiolas, considerando sistematicamente os critérios já discutidos.
Dessa forma, mesmo a rápida inspeçăo diária, permitirá identificar os pássaros que estăo com problemas, os quais devem ser individualizados para a competente atençăo.
Se o criador possuir gaiolas individuais, tipo exposiçăo, poderá iniciar a separaçăo dos melhores pássaros destinados aos concursos. Senăo, poderá utilizar as próprias gaiolas de criaçăo providas de grade de separaçăo, alojando um pássaro de cada lado, tomando entretanto o cuidado de dispor os poleiros de tal forma que evitam danificar as penas da cauda pelo roçamento constante contra as barras das gaiolas.
Evidentemente, essas medidas săo do conhecimento da maioria dos criadores, que infelizmente as negligenciam.
Por essa razăo voltamos a destaca-las e, quem sabe, com a sua aplicaçăo, muitos criadores possam substituir o desânimo comum da época da muda de penas pela satisfaçăo em acompanhar o desenvolvimento sadio do seu plantel.
Revista SOV 98

terça-feira, 15 de junho de 2010


Para algumas raças de canários é muito importante procurar aumentar o tamanho e melhorar a forma.

Muitos criadores procuram através dos cruzamentos executar esta tarefa, acasalando as aves mais corpulentas, mas o tamanho é uma característica muito complexa pois depende de diversos fatores:

1) Hereditariedade
2) Alimentação
3) Ambiente
4) Selecção


Hereditariedade
Diversos genes condicionam o tamanho das aves e de outros animais. O resultado de uma mistura de diversos genes reforça o tamanho isto explica o porquê da consanguinidade produzir nas aves uma redução do número de genes diferentes, a favor de casais de genes idênticos e como tal um efeito nefasto sobre o tamanho. Esta consanguinidade é apenas necessária nos nossos cruzamentos quando temos a finalidade de procurar conservar e manter uma nova mutação. Estas consequências são imediatas pois obteremos aves mais pequenas com formas deficientes e temos a necessidade de efetuarmos novos cruzamentos para conseguir um tamanho normal e uma forma de acordo com as características raciais. Inversamente, o cruzamento entre aves de diferentes origens favorece uma maior diversidade de genes e como tal um aumento do tamanho da ave. Isto significa na prática que o criador deve evitar os cruzamentos em consanguinidade direta, procurando aves que tenham no seu patrimônio genético genes diferentes ou seja, não pertencerem à mesma linhagem familiar.


Alimentação
Deve ser muito rica e variada pois a carência de vitaminas e aminoácidos também provoca a diminuição do tamanho. As proteínas desempenham uma função importante nos acasalamentos.
A Meteonina que contém zolfo melhorando a qualidade da plumagem. As misturas de sementes adquiridas normalmente nas lojas comerciais são insuficientes pois não são equilibradas. Os grãos ou sementes frescas, germinado, fruta e as proteínas animais e a papa de qualidade com um grau de proteínas nunca inferior a 16 ou 18% são elementos indispensáveis para obtermos aves de boa qualidade genética.


Ambiente
Uma boa higiene, alojamentos espaçosos e arejados são condições para nos permitir um bom desenvolvimento do tamanho das aves. A nossa experiência demonstra que a criação em espaços grandes (voadeiras) torna as aves mais robustas, tendo um melhor desenvolvimento do seu esqueleto em relação às aves criadas em gaiolas, independentemente do tipo de alimentação. As aves que fazem a muda em espaços grandes, além de serem mais fortes e robustas, apresentam a plumagem mais sedosa e brilhante. Devemos proporcionar um banho diário, se possível com água corrente. Outro pormenor importante é que as aves em comunidade adquirem efeitos estimulantes para uma alimentação plena. As baixas temperaturas no local de criação produzem nos canários um efeito de aumento substancial de peso em virtude de procurarem assiduamente os alimentos. Outro factor muito importante é sem dúvida a alimentação do espaço do canaril pois quanto maiores forem as horas de luz, ou sejam, os dias maiores, as aves mais tempo dedicam à alimentação.


Seleção
A seleção rigorosa e criteriosa nas aves de maior tamanho tem um efeito positivo pois as fêmeas geralmente põem ovos maiores. Um ovo maior é mais rico em reservas proteicas dando origem às pequenas aves nascerem mais fortes, resistentes e mais desenvolvidas. Não nos serve de nada aumentarmos as horas de luz no nosso canaril se não proporcionarmos às nossas aves uma alimentação equilibrada e o espaço não tenha as normas de higiene no mínimo aconselháveis.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ACASALAMENTO CONSANGUÍNEOS

Revista COPC-2001-V.Exposiçăo

A utilizaçăo de consangüíneos é uma prática comumente utilizada na apuraçăo ou aperfeiçoamento de todos os animais, criados pelo homem. Normalmente os machos de qualidade excepcionais săo utilizados para e acasalamentos consangüíneos criar famílias onde se tem por objetivo incluir em todos os seus componentes as qualidades do citado reprodutor.
Com cavalos das diversas raças, gado vacum, porcos, mamíferos em geral e aves, tal prática foi intensamente utilizada pelos grandes criadores do passado mesmo sem conhecimentos de genética, que hoje já bastante desenvolvida torna fácil comprovar a eficięncia deste processo.
Em todos os centros ornitológicos tal prática é bastante difundida, mas no Brasil, năo sé se tira proveito destes acasalamentos como também evita-se por desconhecimento e até por preconceitos religiosos.
Em canaricultura no que se refere aos canários de porte tal prática só trará benefícios, mas os criadores ainda năo a aceitam, olhando apenas o lado deficiente do processo, esquecendo de que muitas vezes os acasalamentos entre pássaros năo consangüíneos resultam em completa desilusăo.
Quantos criadores, gastaram somas fabulosas adquirindo campeőes, acasalando-os e obtendo apenas filhotes medíocres?
O motivo principal a nosso ver, porém é simplesmente a ânsia de obter de primeira temporada, isto é, da maneira mais rápida possível, pássaros de qualidade, o que na maioria das vezes năo acontece.
A utilizaçăo dos acasalamentos consangüíneos requer além de conhecimentos, pacięncia e perseverança, mas os resultados após alguns anos compensam o tempo perdido, a proporcionarem aos verdadeiros amadores a satisfaçăo de ter criado uma família onde a totalidade dos componentes apresentam as características do Standard da raça.
Porque a vantagem de tais acasalamentos> A genética nos responde.
Hoje sabemos que cada espécie animal tem uma característica que é o número de cromossomos de suas células.
Nossos canários possuem 9 (nove) pares de cromossomos maiores (macrocromossomos) e um número indefinido de pares de microcromossomos. Cada um destes cromossomos possui genes que săo os responsáveis pela expressăo das características dos indivíduos, como acontece com os diversos genes que comandam as cores dos canários, hoje já bastante difundidos.
Por ocasiăo da divisăo celular que antecede a formaçăo dos gametas masculinos (espermatozóides) e feminino (óvulo) os pares cromossomos se separam e assim cada gameta, em uma explicaçăo simplificada, possui apenas a metade do número de cromossomos da célula original.
Assim sendo, cada novo indivíduo recebe ao se formar um conjunto de cromossomas do pai e outro da măe e assim no novo ser é restabelecido o número de cromossomos da espécie.
Neste novo ser, os pares de cromossomas săo reconstituídos e de acordo a predominância ou năo entre genes para uma mesma característica esta poderá se expressar ou năo.
A antiga e ainda usada expressăo “meio sangue” significa em termos reais que o indivíduo possui metade dos cromossomas, por exemplo de seu pai, um puro sangue e metade correspondente a herdada de sua măe sem as características da raça considerada.
Cada característica é comandada por um gen ou genes e, em um canário além dos genes que determinam a cor que apresentará o pássaro, outros há que determinam seu tamanho, a forma de sua cabeça, tamanho do bico, posicionamento da perna e um sem número de características que definem um pássaro de determinada raça ou cor.
É preciso esclarecer, porém, que a metade dos genes herdada de um reprodutor se refere ao número de cromossomos e que somente em indivíduos homozigotos para todas as características (caso pouco provável em canário de porte) todos os gametas serăo idęnticos. O que normalmente acontece é que os indivíduos năo săo homozigotos e nada impede que um pássaro excelente, possua em seu patrimônio genético, características deficientes recessivas que serăo transmitidas a seus descendentes.
Se acasalamos um pássaro excepcional a um de suas filhas de boas características, as chances de produzir pássaros semelhantes ao reprodutor original é muito maior do que se utilizar-mos uma fęmea năo relacionada com ele, pois sua filha possui em suas células metade dos cromossomos do seu pai, tornando mais fácil a reconstituiçăo do patrimônio genético original do reprodutor em alguns dos filhotes.
De modo idęntico que as características que definem a raça a saúde, robustez, fertilidade e outras podem ser manipuladas de modo a se conseguir melhorar ou manter tais funçőes.
Dentre os acasalamentos consangüíneos podemos distinguir dois processos: INBREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentes próximos por exemplo, pai x filha, măe x filho, meio-irmăo x meio-irmăo, avô x neta etc...
LINE-BREEDING, onde os acasalamentos săo feitos entre parentescos mais afastados.
IN BREED TO SUCESS.
Com este título o articulista de Cage and Aviary Birds, Brian Biles publica excelente artigo sobre o sucessoobtido pelo Dr A.R.Robertson, de Durban, África do Sul, na criaçăo de periquitos australianos.
Os comentários do articulista inglęs, fotografias dos pássaros e referęncias de outros criadores năo deixam dúvidas quanto a qualidade dos ondulados do Dr Robertson, considerados tăo bom ou até melhores que os melhores periquitos ingleses.
Utilizando como guia um pequeno livro INBREEDING BUDGERIGARDS, de autoria do Dr M.D.S. Armour, publicado após a 2a (segunda) Guerra Mundial e conhecimentos de genética que possuiu, desenvolveu seus programas e este ano recusou por um dos pássaros a soma de 1.000,00 (mil libras) preço considerado lá extraordinário.
Seus pássaros săo mantidos em famílias ou linhas e os acasalamentos feitos de acordo com as características visuais dos pássaros e seus pedigrees.
Seu plantel é todo relacionado e se levarmos em consideraçăo que de 1969 a 1979 foi proibida a importaçăo de psitacídeos na África, o grau de relacionamento é bastante aproximado.
Segundo i autor do artigo, dificilmente introduz pássaros năo relacionados no plantel e uqnado o faz é através de um macho, de boas características que no primeiro ano é acasalado com duas ou mais fęmeas.
No segundo ano utiliza o macho com duas ou tręs fęmeas de suas melhores filhas ao mesmo tempo que acasala vários pares de meio-irmăos. Destes acasalamentos já consegue 30% (trinta por cento) de pássaros de qualidade tăo boas ou superiores ao reprodutor inicial.
No terceiro ano os melhores filhotes do reprodutor săo acasalados aos melhores dos acasalamentos entre os meios irmăos e o reprodutor original a duas de suas melhores netas e a parcela do pássaro de qualidade ultrapassada já aos 50% (cinqüenta por cento).
Outro ponto importante do artigo é que a cada indivíduo excepcional que surge uma nova família é iniciada tendo este como fundador e o mesmo processo desenvolvido paralelamente.
Ŕ atuaçăo deste criador, como acontece com grande freqüęncia fora de nosso país, no que se refere ŕs aves, é um dos muitos que podem seer citados como exemplo dos acasalamentos consangüíneos para melhorar as características de uma variedade.
Os resultados năo săo imediatos. Mas observadas as regras e uma seleçăo apurada, em tręs ou quatro temporadas no máximo, o criador poderá tornar seu plantel homogęneo para as características do reprodutor inicial.
Os acasalamentos consangüíneos podem nos conduzir a resultados excelnetes desde que sejam feitos judiciosamente. Tentar utiliza-los com pássaros que possuem características desejáveis é simplesmente perda de tempo

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Doenças que Afetam os Canarios

A LANKESTERELIOSE



Uma das principais causas de morte das aves jovens, após a separação dos pais, podendo ocorrer entre a 5a e a 10a semana.
Nas várias conversas sobre ornitofilia, com os mais diversos criadores de avers de gaiola e de viveiro tenho constatado o desconhecimento quase total, por parte destes, de uma doença que ocorre em determinados períodos da vida das aves de pequeno porte, enquanto jovens, doença essa denominada Lankestereliose.
Começou esta doença por ser detectada em alguns centros de reprodução, mais ou menos grandes, alastrando-se como será óbvio aos pequenos criadores, face à aquisição de aves naturalmente portadoras.
A Lankestereliose provoca surtos de elevada mortalidade entre os jovens, após a separação dos pais, a partir da 4a ou 5a semana de vida. A incubação é efectuada por um período de cerca de 8 dias, findo o qual poderá provocar uma elevada mortalidade, que se poderá situar entre 50% e os 95%.
Esta doença não vem acompanhada de sintomas clínicos precisos, sendo portando logo de desconfiar quando a nossa jovem ave está sonolenta, penas eriçadas, não disputa a comida ou poleiros, isolada ou a um canto da gaiola ou viveiro.
A Lankestereliose é provocada por um parasita no sangue da jovem ave, apresentadno nas autópsias como sinal mais característico, um grande aumento de volume do baço, sem mais outras lesões particulares.
Assim, recomendam-se duas situações, a fim de evitar uma exagerada mortalidade após a separação dos jovens dos seus pais, as quais eu tenho utilizado nas duas últimas épocas de reprodução, com muito êxito sendo:
- Utilizar como meio PREVENTIVO (antes de as aves apresentarem qualquer sintoma), durante 3 dias por semana e no período que decorre entre a 5a e a 10a semana, de uma associação de sulfadimetoxina sódica 8% e pirimetamina a 1% na dose de 7 gotas por bebedouro de 60 ml ou 5 ml por litro de água. Como meio CURATIVO, isto é, se de fato se constata qualquer sinoma, administrar durante 8 dias, nas mesmas doses acima indicadas. Este medicamento, que eu conheça, existe no mercado ornitófilo, importado da França e é também extremamente eficaz na prevenção e tratamento da Coccidiose, Salmonelose e da Pseudo-Tuberculose das aves de gaiola.
Pode e deve ser administrado conjuntamente com um complexo vitamínico, sempre da mesma marca do medicamento, a fim de não existirem incompatibilidades.
Não administrar aos reprodutores, já que provoca esterilidade.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Preponderância de machos ou de fêmeas

Alguns criadores assinala que determinados princípios influenciam no número de machos e fêmeas a nascer entre os filhotes decorrente de fatos que apontam:

1) Um macho jovem acasalado com fêmea reprodutora dará mais machos do que fêmeas portadoras em maior quantidade das características do pai
2) Acasalando macho e fêmea adultos, de idades aproximadas, dará mais ou menos igualdade de sexo, com as características de ambos genitores.
3) Macho reprodutor acasalado com femêa jovem dará mais fêmeas do que machos, ambos portadores das características da mãe.
4) Ambos jovens, darão equilíbrio de sexo, portadores das características dos vós.
O fator idade merece consideração, sobretudo tendo-se em vista a prole. A utilização temporã dos filhotes e acasalar prematuramente poderá acarretar conseqüências prejudiciais. Por isso, repetimos que o acasalamento ideal entre filhotes é com a idade de um ano mais ou menos.
As fêmeas normalmente reproduzem até 4 anos de idade. Os machos poupados podem ser bons reprodutores até 5 ou 6 anos. Ambos, após essa idade, entram em declínio. A maturidade entre as fêmeas torna-se más poedeiras, infecundadas e perdem afeto maternal.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vitaminas

Vitaminas

As vitaminas são imprescindíveis para a manutenção do perfeito funcionamento do organismo. Elas favorecem a assimilação dos alimentos, são importantes para o crescimento e para a fertilidade. Influem na plumagem e na resistência orgânica. Cada vitamina é responsável por uma função específica, e a carência de uma delas gera problemas que afetam todo o organismo.
• Vitamina A : Essencialmente para o crescimento da ave atua sobre a audição, visão e o equilíbrio da ave.
Encontra-se nas verduras, na casca de maçã, cenoura, gema de ovo e no óleo de fígado de bacalhau.
• Vitamina B : Atua no sistema nervoso, previne doenças do fígado, rins e coração.
Encontra-se na levedura de cerveja, trigo, cascas das sementes, verduras, gema de ovo, tomate.
• Vitamina B1 : Atua no desenvolvimento muscular, sistema nervoso, postura e desenvolvimento do embrião.
Encontra-se na maçã, gema de ovo.
• Vitamina B2 : Atua nos ovos, dando maior fertilidade, crescimento dos filhotes e sistema nervoso, a falta pode causar raquitismo e o peso baixo.
Encontra-se no alpiste, gema de ovo, leite, óleo de fígado de bacalhau.
• Vitamina B3 : Fortifica e mantem a textura da pele.
Encontra-se na gema de ovo e nas sementes.
• Vitamina B6 : Atua sobre o fígado, sistema nervoso, crescimento e a pele.
Encontra-se nos cereais, almerião e gema de ovo.
• Vitamina B12 : Necessária no crescimento e nascimento dos filhotes.
Encontra-se nos complexos vitaminicos como: farinha de peixe, complexo B, Vitamina A, Daiamineral, Gerval em pó e Terragran.
• Vitamina C : Previne das enfermidades infecciosas no aparelho respiratório.
Encontra-se nas frutas frescas, alimento verde.
• Vitamina D : Atua na boa formação ossea, combate o raquitismo.
Encontra-se na natureza através dos raios solares, no óleo de fígado de bacalhau, gema de ovo e verduras.
• Vitamina E : Atua na reprodução, ajudando numa boa fecundação dos ovos.
Encontra-se no óleo de germe de trigo, gema de ovo e verduras.
• Cálcio : Um forte componente para a formação e reforço do esqueleto, e do aparelho reprodutor das fêmeas.
Encontra-se no osso de ciba, farinha de ostra e nos ossos de peixe.

sábado, 30 de janeiro de 2010

AINDA O PROBLEMA DA MAGREZA

Revista Pássaros Nro 32


Apesar do avanço das fórmulas dos remédios, ainda persiste este problema crônico nos nossos aviários. Após uma pesquisa, feita durante dois anos, num plantel de 1000 canários, 80 % das mortes tinham como causa a magreza. Observando estas mortes ao longo dos meses do ano, constatamos que, durante o período da troca de pena (janeiro começo de abril), há um aumento considerável dessas mortes devido a maior umidade e, conseqüentemente o aparecimento de fungos na comida.
Analisando empiricamente, podemos observar que basicamente, estes problema tinham como fator principal alimentação deteriorada, mofada ou estragada.
Aparecendo o problema no canaril fizemos o seguinte experimento: -dividimos o plantel em partes, onde cada uma delas recebia um tipo de alimentação, daí observou-se que:
1-A parte que recebia farinhada com determinado tipo de semente, por exemplo níger, não houve mortes, nem apresentou doenças.
2-A parte que recebia farinhada com nabo, houveram, dois adoecimentos com uma morte.
3-A parte que recebia farinhada com colza, não houveram adoecimentos nem mortes.
Portanto, foi-se observado que apesar da semente apresentar um bom aspecto, com o nabão surtiu algum tipo de problema. Para comprovar isso, invertemos a alimentação do plantel dividido e, constatamos novamente que, a parte que recebeu nabão apresentou problemas. Obs: foi testado 30K de cada ração da mesma embalagem.
O leitor deve ter estranhado a não utilização do alpiste, semente que não utilizo há três anos, sem qualquer tipo de problema na formação e desenvolvimento dos filhotes. E por que? Um saco de alpiste utilizado em época de criação, durante uma semana, provocou a morte de 27 canários adultos e 80% da filhotada dos ninhos e, a comprovação de que o problema era o alpiste, foi que a compra de outro saco de alpiste e feita a troca cessaram as mortes a houve a recuperação dos filhotes nos ninhos, comprovado-se o fato.
Daí concluir-se que, o fator principal deste problema seria a alimentação; é óbvio que problemas de diarréia ocorrem, porque muitos micro organismos fazem parte da flora intestinal do pássaro e, a alimentação estragada induz a um desequilíbrio causando diarréia e desidratação, o erro principal é tratar-se o sintoma a não a causa que seria a alimentação.
A compra de sementes deve ser feita com rigor, colza, níger, nabo devem ter aparência de nova a cheiro agradável, sem impurezas, esbranquiçamentos, mofos, etc. Por este motivo, já abandonei o alpiste, pois estes problemas são imperceptíveis, devido a sua aparência brilhante, mesmo estando estragado e mofado.
Intrigado com estas mortes comecei a realizar experimentos com vários tipos de farinhadas e sementes, na tentativa de eliminar o problema. Testes foram feitos com farinhadas prontas; sem resultado devido a falta de controle dos componentes utilizados. Algumas farinhadas caseiras também foram testados, e as sementes compradas com extremo rigor, sendo rejeitadas em caso de qualquer dúvida.
Assim, com um novo método de alimentação, observamos que o problema praticamente desapareceu do plantel. Este método consiste numa farinhada que contém as sementes, lavadas e esterilizadas (não se coloca sementes secas nas gaiolas), ao final do dia joga-se fora o que restou. Esta mistura possui 50 % de farinhada normal e 50 % de sementes variadas. Essa variação das sementes é muito importante.
Exemplo:
50% sementes secas – 10% linhaça, 20% colza, 20% nabão, 20% aveia, 30% níger.
100% total de 50% de sementes.
50% de farinhada normal com ovos.
Essas sementes podem ser lavadas e secas, e colocadas no microondas por 5 minutos ou cozidas na água até que levante fervura. Esta lavagem e aquecimento, praticamente elimina tudo que poderá induzir a uma diarréia com desidratação. Obs. No microondas deve-se observar a quantidade de sementes, 3K de sementes = 5 minutos de cozimento. Quantidades menores deverão ser adequadas para menos tempo, e assim sucessivamente, desde que o tempo utilizado seja suficiente para esterilização do alimento.
CONVENIÊNCIAS DO MÉTODO -Elimina-se o tempo de alimentação
-Elimina-se o trabalho de soprar e limpar sementes.
-Diminuem as mortes.
-Aumentam a robustez dos pássaros.
-Diminui a sujeira com cascas de sementes.
-Recuperação dos pássaros magros.
Sementes novas e limpas diariamente.
INCOVENIÊNCIAS -A farinhada deve ser servida até no máximo as 8 horas da manhã.
-conferir se todas as gaiolas receberam a farinhada, pois o esquecimento de qualquer gaiola deixada o pássaro sem comida o dia todo.
Na primeira semana, os pássaros pela manhã, antes da alimentação parecem embolados, mas assim que começar a engordar este problema desaparece pois ocorre uma adaptação ao novo esquema de alimentação. Poderá ser observado que os pássaros quando pegos no avoador seguram com firmeza na sua mão, comprovando-se robustez adquirida (mas deve-se tomar precauções com pássaros nestas condições, pois se escapar voará tão longe que será praticamente impossível recupera-los.
Esse problema poderá ser melhor observado em grandes criadores, por comprarem sementes de lotes diferentes, pois o pequeno criador compra um saco de semente que será utilizado durante toda a criação (o que determinará, praticamente, com sorte ou não, uma boa safra de canários).
É lógico que mortes continua a acontecer por motivos diversos (acidentes, problemas de coração, epilepsia, susto, velhice, etc).
Estes experimentos realizaram-se durante a troca de penas, mas espero que venham a se confirmar durante a criação refletido em um bom resultado.
NOTA: Ambientes escuros, mal ventilados, muito quentes, super povoados, sujos devido a falta de higiene ou falta de água, são outros fatores que poderiam desencadear stress a desequilíbrios no organismo com imprevisíveis conseqüências.
Um saco de alpiste utilizado em época de criação, durante uma semana, provocou a morte de 27 canários adultos e 80% da filhotada dos ninhos e, a comprovação de que o problema era o alpiste, foi que a compra de outro saco de alpiste e feita a troca cessaram as mortes e houve a recuperação dos filhotes nos ninhos, comprovando-se o fato.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lizard

Revista Pássaros
nro 20 / 2002
Arquivo editado em 09/03/2002
A importância do adorno no canário Lizard
Pontos que se somam para criar o canário Lizard ideal
Por que razão certos criadores de canários Lizard são tão bem sucedidos nas exposições enquanto outros, com aparentemente as mesmas possibilidades, pouco conseguem. Deve haver uma explicação racional para isso.
Temos observado detalhes que talvez conduzam a uma conclusão. Por exemplo, para se obter sucesso com certas linhagens é indispensável que se disponha de um grande número de pássaros. Com relação ao Lizard, no entanto, o número ideal de fêmeas esta provavelmente entre seis e doze reprodutores. Esse aspecto, que é realmente modesto, de fêmeas, haverá tempo e condições suficientes para produzir entre trinta e sessenta Lizards por ano. Mas tenham em mente que nossa preocupação é produzir pássaros que se sobressaiam nas exposições. E para isso é preciso também que o criador saiba como e o que exibir, não se preocupando apenas com a aparência do pássaro.
Uma antiguidade preciosa
Nesse ponto, é conveniente que façamos uma análise de canário Lizard. Pássaro de grande antiguidade, difere das outras linhagens no que diz respeito à troca não só de sua primeira plumagem, mas também um ano mais tarde, por ocasião de sua primeira muda, já adulto. Ao deixar o ninho, é um pássaro indefinido na plumagem escura, exceto pelas penas claras da cabeça. Não há nesse momento nenhum indício da metamorfose que ocorrerá posteriormente.
De um pássaro semelhante a um pardal, ele se transforma num espécime de primorosa beleza, com uma coloração emaranhada e penas que tem por fundo uma grande intensidade de cor. A riqueza de sua policromia é coroada por um capuz de reluzentes penas claras e moldurada pelas asas e cauda de um negro brilhante.
O Lizard já adulto e em perfeita forma trocou, na sua primeira muda, as penas negras remígias das asas e da coada por penas acinzentadas e salpicadas de branco, ficando, a coloração do corpo pouco ou quase nada afetada. A longa permanência dessa plumagem deu origem à asserção muito comum de que o Lizard é um pássaro de exposição o ano todo.
Como muitas outras variedades de canários, o Lizard é uma composição de um certo número de fatores que os seus admiradores levam muito em conta. Em certos países, como por exemplo a Inglaterra, se atribui determinados pontos a cada um desses fatores, tendo certos fatores diferentes dos que se tem em mente na Inglaterra, desde que, é claro, se conserve as características essenciais do pássaro.
Mas qualquer juiz, em qualquer país, jamais deixará de atribuir elevada importância às “escamas” que formam a sucessão de marcas bem distintas nas costas do pássaro. E realmente, embora outros fatores muito possam concorrer para a grande beleza do Lizard, são as escamas que se destacam mais em todo o conjunto formado por sua coloração.
Acontece, porém, que há quem dê importância exagerada a esse ponto, desprezando os demais. E isso, sem dúvida, constitui muitas vezes a razão dos fracassos nas exposições. Ao se criar um pássaro para competição, jamais se deverá subestimar a importância da qualidade da plumagem, da cores, da conformação das asas e da cauda etc. Embora esses fatores, no caso do Lizard, tenham importância menor, são igualmente decisivos pra que se obtenha um exemplar que possa ser considerado ideal. Mesmo porque numa competição, quando dois Lizards apresentam escamas que mais ou menos se equivalem, são os demais fatores que decidirão qual será o vencedor.
Certos detalhes da plumagem do Lizard apresentam tanta beleza que não raro um criador se deixa empolgar por determinada particularidade. Certas pessoas dão a uma bela coloração negra das remígias e da cauda um valor deveras desproporcional e, outros, por sua vez, acham que toda a beleza do pássaro está no capuz. É claro que conceitos dessa natureza só podem conduzir ao insucesso numa exposição. É bem verdade, porém, que se um criador se deixa fascinar por determinada característica de uma variedade, o mesmo pode acontecer também com o juiz. Mas seja como for, jamais as escamas deixarão de influir na decisão de um juiz ao julgar qualidades de Lizard.
Essa incapacidade para avaliar o que realmente pesa numa competição é a primeira razão do insucesso. A segunda, igualmente relevante, é a incapacidade para selecionar o casal que produzirá filhotes de alto padrão. A grande maioria dos Lizards, como a grande maioria de todas as variedades de canários, carecem de certas características valiosas numa competição e isso diminui o seu valor.
É necessário que esse casal reúna traços que sejam valorizados nas competições, mas isso não consiste em apenas se obter os melhores pássaros de uma exposição e acasala-los. Se assim fosse, quem tivesse mais dinheiro para gastar seria mais bem sucedido. O criador deverá desenvolver a capacidade de avaliar o pássaro que será benéfico ao seu plantel e esse pássaro nem sempre se enquadra nos padrões exigidos numa competição.
Acontece muitas vezes que um criador superestima um pássaro que obteve um segundo lugar numa competição em detrimento de outro que obteve quinto ou sexto lugar. Isso trás em si o risco de que se dê maior atenção a um pássaro que apresenta boas e se despreze outro que, tendo falhado numa exposição, é portador de determinadas qualidades excelentes. Tal pássaro, obviamente, deverá ser utilizado para conferir ao plantel essas suas características excelentes, independente do seu fracasso na exposição. A questão se resumirá então em se obter a mistura exata.

Ágata Topázio