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terça-feira, 5 de julho de 2011

CISTOS DE PENAS EM CANÁRIOS



  
Revista UCPP 2008
Arquivo Editado Em15 Abril 2010



O presente artigo relata a ocorrência de "Cisto Epidermóide" ("Cisto de penas" ou "Bola"), em canários das raças "Norwich" e "Gloucester", de caráter hereditário ou induzido por traumas, encontrando um fechamento do folículo e a presença de um conteúdo queratináceo. O tratamento mais eficaz é através da remoção cirúrgica, por um especialista capacitado na área (Médico Veterinário), para não haver a possibilidade de hemorragias em vasos sanguíneos ao redor do cisto.
Há também relatos de casos para o tratamento de cistos de penas com o uso de medicamentos na água de beber (bebedouros) e na farinha. Um fator importante é a retirada dessas aves da reprodução.
Introdução
O cisto de penas ou "caroço hereditário" em canários, podem ser hereditários ou induzidos por traumatismos, no desenvolvimento anormal do folículo e da haste da pena se curvando para dentro da epiderme. O cisto epidermóide, também é denominado como cisto de inclusão epidérmico ou cisto infundibular. Os cistos surgem no infundíbulo do folículo piloso e são envoltos por epitélio estratificado escamoso, com uma camada de células granulares, como na porção superior do folículo normal.
Levando a um quadro de foliculite, provocando um processo de dermatite ulcerativa. Devido à má formação da plumagem, o aparecimento de cistos de penas são decorrentes a traumas, má nutrição, processos virais, bacterianos ou infecções parasitários.
Macroscopicamente observa-se uma massa firme, amarela e de formato globular.
Histologicamente caracteriza-se pela presença de lâminas de queratina dispostas em camadas circulares.

Desenvolvimento
Os cistos cutâneos são caracterizados por um espaço epitelial circundado por conteúdo queratináceo, sendo de forma isolada (único), ou de forma múltipla, sendo observados mais nas asas, no dorso ou no peito das aves.
A textura do material dentro do cisto irá variar de acordo com o estado evolutivo. Cisto maduro, possui um material queratinoso seco, sendo um cisto maior, mais duro e menos vascularizado.
Dentre as aves mais suscetíveis a esta anomalia, são os canários das raças "Norwich" e "Gloucester" e seus descendentes. Outras aves como Periquitos Australianos e Araras também são suscetíveis a este tipo de anormalidade, sendo raramente encontradas em Papagaios. Estas raças são geneticamente selecionadas a produzirem uma plumagem extra e acabam sendo predispostas a esta síndrome.
Tratamento:
A remoção cirúrgica dos cistos de penas é realizada com uma incisão individual no cisto, com a remoção completa das penas acometidas ou lancetagem e curetagem dos cistos. Na incisão cirúrgica deve-se ter muito cuidado com os outros folículos ou vasos sangüíneos próximos a região.
No pós-operatório, as asas devem ser imobilizadas para prevenir movimentos, até que ocorra a cicatrização completa. Os folículos próximos devem ser lavados com solução salina morna, várias vezes ao dia.
Neste procedimento podem ocorrer hemorragias devido a incisão erroneamente, por isso, deve ser realizada por profissionais capacitados (Médicos Veterinários Especiali­zados), podendo ser controladas através de ligaduras com fio inabsorvível 6-0 ou através de sutura simples contínua da pele com fio inabsorvível.
O melhor método incisivo é o uso do bisturi eletrônico para cortar e realizar a hemostasia ao mesmo tempo. Bandagens elásticas são utilizadas para o controle de pequenos sangramentos.
Deve-se ressaltar que a possibilidade de recidiva é muito grande.
A cauterização no pós-operatório deve ser feita com iodo povidine, fenol ou nitrato de prata para destruir o folículo e o uso de antinflamatório não-esteróide associado a antibiótico.
Alguns criadores ressaltam certas diluições medicamentosas, como o uso de antinfla­matório não - esteróide, Cloridrato de benzidamina (Benflogen), diretamente no bico ou diluída na água de beber (bebedouro).
No tratamento de alguns cistos pequenos, o uso de extrato de tireóide (pó), na dosagem de 1,5 mg por 2,0 g / peso / diariamente, misturado na alimentação (farinhada), estimulará uma nova muda.
Ressalto que cisto de pena, determinado geneticamente em canários, é causado pela redução das taxas de biotina na circulação e nos tecidos, como exemplo o fígado e pele. A vitamina H ou Biotina é responsável diariamente pelo metabolismo do fígado e da pele.
É indicada como preventivo a vitamina H (Biotina), na proporção de 2% na farinhada durante toda criação das aves com tendência de produzir "cisto de pena" ou "bola" (como é vulgarmente denominada).
Na homeopatia usar 20 gotas de Graphites 6 CH e Arnica Montana 6 CH em 1 litro de água, o cisto abrirá rapidamente para que o criador possa limpá-Io e secá-Io com iodo povidine.
Essas aves não devem ser utilizadas como reprodutores, devido na maioria dos casos encontrados serem de caráter hereditário, evitando-se a transmissão para seus descendentes.

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Ágata Topázio